terça-feira, 12 de janeiro de 2010

  Entendendo por stresse todo o conjunto de respostas psíquicas e / ou físicas que o ser humano elabora como forma de reacção a um estimulo exterior, é de fácil percepção a impossibilidade de escapatória a este, por parte do ser humano.


  Ao elaborar e analisar estudos relativos à temática do stresse, vêmo-nos obrigados a tratar conceitos como os de Eustress e Distress. Relativamente ao primeiro, percebemos que constitui o stresse tido como positivo e, de certa forma, saudável, contrariamente ao segundo que já vai representar o oposto deste. Assim, Distress é encarado como o stresse negativo e prejudicial ao alcance de certas metas.

  Não obstante, a presença contínua a factores stressantes, em todo e qualquer ser humano, é fundamental. Somos assim obrigados a perceber que todas as pessoas que nos rodeiam são, definitivamente, abrangidas pelo stresse proveniente das mais diversas situações que, por sua vez, advém dos denominados stressores. Por outro lado, mesmo em dois indivíduos que apresentem o mesmo tipo de stresse, num determinado momento, os níveis de stresse não são iguais, verificando-se uma permeabilidade e um elevado grau de afectação, relativamente a diferentes estímulos e distintos acontecimentos.

  Estudos científicos demonstram que a dificuldade em processos, como por exemplo, o de aculturação e o de socialização, podem ser considerados factores preponderantes a um aumento abrupto dos níveis de Distress.

  Para concluir, verificamos que os stressores são elementos variáveis de indivíduo para indivíduo e que, muito possivelmente, tem como base o processo de individuação. Concluímos ainda que para nos defendermos do stresse, deveremos começar por identificar as suas causas e perceber que a auto-instrução e autodomínio são essenciais. Retira-se ainda a conclusão de que várias pessoas encontram os seus próprios mecanismos para fazer face ao stresse, confrontando os seus problemas e elaborando planos para os solucionar e que a ansiedade, causa de grandes problemas de stresse, acaba por desaparecer passado algum tempo. Pode-se verificar que a preocupação é uma actividade inútil que em nada serve às necessidades e objectivos humanos.

sábado, 9 de janeiro de 2010

Generalidades sobre Stresse

O que é o stresse?

    O stresse é a resposta do organismo a acontecimentos que provocam desequilíbrios no seu bem-estar. É um mecanismo de protecção que nos fornece condições para enfrentar as dificuldades. O stresse, até determinado nível, é benéfico porque os estimula a responder a situações desafiantes. É provocado por qualquer acontecimento – positivo ou negativo – que nos obriga a mudar de comportamento. Situações tão diversas como doenças, incêndios, terramotos, situações de guerra, apresentação de um trabalho, dificuldades económicas, mudança de emprego ou de escola, etc., podem ser geradoras de stresse.
    O modo como diferentes pessoas encaram estas situações é diferente; e a mesma pessoa pode reagir à mesma situação de modo diverso. A forma como a situação é interpretada, o apoio que se pode ter por parte dos outros, as experiências vividas são alguns dos factores que explicam as diferentes maneiras de se reagir.

Respostas ao stresse

    Quando uma situação é interpretada pelo nosso cérebro como uma ameaça, desencadeia-se um conjunto de respostas orgânicas e psicológicas. As primeiras são controladas pelo sistema nervoso simpático e pelas glândulas endócrinas: a adrenalina, a noradrenalina e o cortisol produzidos pelas supra-renais são lançados no sangue; o ritmo cardíaco é acelerado; os vasos sanguíneos periféricos contraem-se para favorecer a circulação de mais sangue para determinadas áreas do corpo; a tensão muscular aumenta, assim como a transpiração. Todos nós reconhecemos os efeitos destas alterações orgânicas quando estamos perante uma situação que nos provoca stresse e que visam preparar o organismo para reagir. Esta primeira fase, designada por fase de alarme, pode, se se prolongar no tempo (fase de resistência), afectar o sistema imunitário, fragilizando o organismo. Se a situação permanecer, podem ocorrer doenças como, por exemplo, úlceras gástricas, doenças cardiovasculares, etc. (fase de esgotamento ou burnout).
    Para além das respostas orgânicas, há um conjunto de respostas psicológicas ao stresse. O comportamento que decorre de uma situação de stresse manifesta-se pela irritação, palidez, agressividade, etc. (resposta comportamental). As situações de stresse provocam respostas emocionais que se traduzem por emoções como a ira, a frustração, a fúria, etc. Os efeitos da vivencia de uma situação de stresse mantêm-se no nosso pensamento mesmo depois de a situação que a motivou já não existir (respostas cognitivas).
    Recentemente, o investigador Kent Berridge, psicólogo na universidade de Michigan, descobriu que o stresse activa no cérebro um mecanismo hormonal que faz com que as pessoas sejam mais propensas a comer doces, consumir drogas e apostar em jogos de azar. Segundo ele, “a substância química do stresse activa o mesmo mecanismo cerebral que se altera por efeito das drogas e que faz com que se desejem, de maneira excessiva, os objectos desejados”. Explicar-se-ia, assim, porque é que as pessoas que sofrem de stresse têm mais possibilidades de sentir desejos mais intensos por recompensas que se possam satisfazer de forma compulsiva com actividades que gerem prazer, como comer ou consumir drogas.




In  “Ser humano”, psicologia B 12º ano